Adubação de pastagem e suplementação mineral para uma máxima produtividade
O fósforo (P) é um nutriente essencial para todos os seres vivos. Na produção vegetal, em solos tropicais, o fósforo é considerado o nutriente mais importante (Rossi et al., 1999).
No Brasil, cerca de 70% dos solos cultivados apresentam alguma limitação de fertilidade, sendo o fósforo o elemento que apresenta limitação mais frequente nos solos tropicais (Santos et al., 2002).
A adubação de pastagens é uma tecnologia pouco utilizada nos sistemas de produção brasileira de bovinos de corte e leite. Diante disso, é de extrema importância avaliar as interações entre adubação de pastagens e o fornecimento de suplementação mineral para bovinos, com o objetivo de maximizar os lucros da atividade.
A adubação de pastagens e o fornecimento de suplementos fosfatados são as duas formas complementares de se introduzir fósforo no sistema solo-planta-animal.
As forrageiras, em consequência da sazonalidade de produção, não fornecem nutrientes suficientes para uma máxima ou até mesmo média produção animal.
A aplicação de fertilizantes no solo permite uma maior disponibilidade de pasto, acarretando dessa forma em um aumento da capacidade de suporte do mesmo. A adubação nitrogenada permite às forrageiras aumentarem seu conteúdo de proteína nos novos tecidos formados, porém a adubação fosfatada favorece o aumento da capacidade do sistema radicular na capitação de nutrientes, e no seu perfilhamento, contribuindo para o aumento da disponibilidade de matéria seca, permitindo aos animais um maior consumo voluntário em virtude da melhora da fração digestível do pasto, conforme figura abaixo.
A interação adubação de pastagem e suplementação mineral impacta diretamente no ganho por área, ou seja, se produz mais (mais matéria seca disponível) e de forma mais eficiente (pastagem de melhor qualidade nutricional e menor teor de massa senescente), desta forma, um maior número de animais é produzido na mesma área. Salientando que animais que consomem pastagem de alta qualidade, favorecem a multiplicação microbiana ruminal, aproveitando melhor o suplemento mineral, maximizando seus ganhos.
Se por um lado, as plantas forrageiras variam em qualidade ao longo do ano, por outro, as exigências nutricionais do animal também não são constantes ao longo da vida. Estas variações são devido a fatores como idade, estado fisiológico, sexo, grupo genético, peso, condição corporal e taxa de crescimento. Dessa forma, em sistemas de produção que se busca índices elevados de eficiência, somente em situações particulares, e por pouco tempo, mesmo durante o período de máxima qualidade das pastagens, estas forrageiras seriam capazes de possibilitar aos animais o total atendimento de suas exigências nutricionais.
As pastagens brasileiras estão predominantemente em solos de baixa fertilidade, e essas têm sido utilizadas intensamente no país, sem a preocupação com a reposição dos nutrientes retirados do sistema. Grandes áreas de pastagens encontram-se atualmente degradadas ou em processo de degradação com diminuição de sua produtividade.
Informações sobre a biodisponibilidade de minerais em alimentos, particularmente nas forrageiras para ruminantes são limitadas. Pouco se sabe a respeito da forma na qual os minerais estão presentes nas plantas ou dos fatores que controlam sua biodisponibilidade, devido as suas dificuldades de determinação. A forma química em que os minerais estão presentes nas forrageiras e a maneira como eles se associam aos componentes estruturais das plantas influenciam a sua participação nos processos metabólicos dos animais
Conforme já descrito acima, a adubação fosfatada não exclui a necessidade de suplementação direta de fósforo com misturas minerais. Winter (1998) obteve incremento significativo no ganho de peso de bovinos com suplementação mineral, principalmente quando as pastagens foram adubadas com fósforo.
Isso ocorre, pois animais que recebem suplementação mineral, com fósforo de alta qualidade, baixos elementos indesejáveis e alta biodisponibilidade, apresentam pH ruminal desejável para multiplicação de microrganismos que digerem a pastagem de forma mais eficiente. Se esta pastagem estiver adubada e, portanto com maior quantidade de massa e estruturas mais digestíveis (folhas), o consumo é maximizado, assim como a absorção de todos os nutrientes, acarretando no maior ganho de peso, produção de leite, etc.
O sinal básico de uma deficiência de fósforo no bovino é a depressão do consumo de alimentos. Animais que não recebem suplementação mineral adequada, mesmo que permaneçam em pastagens adubadas, não suprirão suas necessidades diárias e haverá uma perda de forragem considerável, pelo aumento de disponibilidade de forragem resultante da baixa extração do sistema pelo animal e da alta taxa de retorno do material morto da pastagem.
Winter (1998) constatou que quando se aplicou o fertilizante fosfatado, a disponibilidade de pasto foi maior, ainda que se tenha trabalhado com carga maior e suplementado os animais com fósforo. Nessas condições houve aumento das concentrações de nitrogênio dos tecidos novos das plantas, mas não alterou a de fósforo, sugerindo que os efeitos dessa prática estão no aumento da disponibilidade de matéria seca, da concentração de nitrogênio e do consumo voluntário do animal.
Os benefícios indiretos da adubação fosfatada também foram evidenciados por Thornton & Minson (1973). Esses autores observaram que o aumento no desempenho animal, associado com crescentes aplicações de fósforo, foi provavelmente mais influenciado por mudanças nos componentes do que pelos níveis de minerais da pastagem.
Um sistema de produção para ser eficiente, tanto do ponto de vista biológico como econômico, deverá considerar as interações ou interfaces entre as diversas tecnologias aplicadas.
Sabrina M. Coneglian
Especialista de Produtos Nutrição Animal
*Nutrição de Safras
SEGURO RURAL
O que é o seguro rural?
O produtor rural adquire uma apólice de seguro para a lavoura/atividade com o auxílio financeiro do governo federal. Em caso de quebra da safra por causa de evento climático adverso (seca ou excesso de chuvas, por exemplo) ou variação de preços, as obrigações financeiras do produtor serão pagas pela seguradora.
Com esse mecanismo, o produtor consegue taxas de juros mais baixas, já que o risco de ficar inadimplente cai. O seguro minimiza ainda as chances de um possível socorro financeiro governamental e renegociação de dívidas após a safra.
O Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (Mapa) informou nesta quarta-feira (28) que foi liberada a parcela que faltava para execução integral do orçamento previsto, para 2019, do Programa de Subvenção do Seguro Rural (PSR), totalizando R$ 440 milhões.
Em março deste ano, o orçamento foi contingenciado em R$ 70 milhões, o que reduziu a disponibilidade inicial para R$ 370 milhões. No final do mês de outubro, houve o desbloqueio de R$ 50 milhões, e agora foram liberados os R$ 20 milhões restantes.
Com esse orçamento de 2019, será possível atender em torno de 100 mil apólices, 58% a mais que no ano anterior, quando os produtores tiveram acesso à subvenção em 63.241 apólices.
Para o diretor do Departamento de Gestão de Riscos da Secretaria de Política Agrícola do Mapa, Pedro Loyola, o governo federal tem dado sinais consistentes de que o seguro rural será um dos principais instrumentos da política agrícola nos próximos anos.
“A execução de 100% do orçamento previsto na Lei Orçamentária deve ser comemorada por todo o setor, pois isso não acontecia desde 2013. Isso demonstra o comprometimento com as políticas de gestão de riscos agropecuários”, disse.
“Para o próximo ano, está previsto o recurso de R$ 1 bilhão para o PSR, que depende ainda de aprovação do Projeto de Lei Orçamentária Anual (PLOA) de 2020, em tramitação no Congresso Nacional”, complementa. O valor previsto para 2020 será o maior para subvenção desde a criação do programa, em 2004.
*Portal do Agronegócio
PETROBRÁS
A Petrobras informou nesta terça-feira que encerrou negociações, sem a efetivação de acordo, para vender 100% de sua participação acionária na Araucária Nitrogenados S.A. (ANSA) e na Unidade de Fertilizantes Nitrogenados III (UFN-III).
Apesar do encerramento das negociações com o Acron Group, a empresa disse que permanece com seu posicionamento estratégico de sair integralmente dos negócios de fertilizantes, enquanto busca focar na exploração de petróleo no pré-sal.
*Portal do Agronegócio
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