Uso de fertilizantes por safra no Brasil

Uso de fertilizantes por safra no Brasil

O Brasil possui quase 50 milhões de hectares em lavouras anuais e permanentes, além de uma grande reserva de terras com potencial agrícola. O Brasil é o maior produtor mundial de café, cana de açúcar e citros e o segundo maior produtor de soja. Possui a segunda maior população de gado do mundo.
Existe uma estreita relação entre o consumo de fertilizantes e a produção agrícola no Brasil. Entre 1970 e 2001, a produção agrícola no Brasil, representada pelas dezesseis culturas mais importantes, aumentou 3,4 vezes e o consumo de fertilizantes aumentou 4,4 vezes. Durante esse período, a área cultivada aumentou apenas 1,5 vezes, passando de 36,4 milhões de ha para 56,2 milhões de ha.
Por um lado, tecnologias avançadas de produção são amplamente utilizadas para a produção de culturas de exportação (café, cana-de-açúcar, frutas cítricas e soja). Essas tecnologias incluem não apenas taxas apropriadas de fertilização, mas também a implementação de uma série de outras recomendações agronômicas.
Por outro lado, os rendimentos médios das culturas alimentares para consumo doméstico se comparam desfavoravelmente aos dos países com tecnologia agrícola avançada, embora alguns agricultores atinjam rendimentos substancialmente superiores à média. O problema dos baixos rendimentos médios deve-se, portanto, não à falta de tecnologias agrícolas, mas à má implementação dessas tecnologias, incluindo a aplicação inadequada de fertilizantes minerais. No caso da agricultura de subsistência, praticada nas áreas mais pobres do país, principalmente na região Nordeste, praticamente não são utilizados fertilizantes minerais. O uso de fertilizantes nas culturas alimentares é limitado pelos preços relativamente baixos. Os preços do arroz, feijão e milho, por exemplo, caíram cerca de 20% em termos de dólares entre 1993 e 2002.
O Brasil é caracterizado pela coexistência de grandes propriedades com um grande número de pequenas propriedades. Quase metade dos 4,8 milhões de fazendas tem menos de 10 ha e 89% tem menos de 100 ha, ocupando um quinto da área agrícola. No entanto, além da cana-de-açúcar e, em menor medida, soja, arroz e citros, os estabelecimentos agrícolas com menos de 100 ha são responsáveis ​​por uma proporção substancial da produção agrícola do país.
Desde a década de 1970, o governo promove o assentamento da região Centro-Oeste, conhecida como Cerrado, cuja área total é de 207 milhões de ha. Esta área já foi considerada marginal para a produção agrícola. Hoje, no entanto, o Cerrado responde por 43% da produção brasileira de gado de corte, 23% do café, 34% do arroz, 59% da soja e 29% do milho. Isso foi possível graças à pesquisa em diferentes disciplinas das ciências agronômicas, incluindo o desenvolvimento de sistemas adequados de fertilização e correção de solos.
Outro desenvolvimento importante é o dos sistemas de plantio direto. Estima-se que os sistemas de plantio direto sejam aplicados atualmente em quase 40% da área de grãos no Brasil, ou cerca de 25 milhões de hectares.
Em geral, o balanço de nutrientes dos fertilizantes na agricultura brasileira é insatisfatório. As quantidades de nutrientes removidos são maiores que as quantidades fornecidas. Assim, os solos estão sendo progressivamente esgotados de nutrientes. Isso representa uma ameaça para a sustentabilidade agrícola a longo prazo. No que diz respeito à relação entre os nutrientes, por normas internacionais o uso de nitrogênio é baixo em relação ao fosfato e potássio. Em relação aos tipos de fertilizantes, o Brasil possui uma proporção incomumente alta de nutrientes, acima de 80%, aplicados na forma de fertilizantes compostos. É também um dos poucos países em que o uso de superfosfato único aumentou nos últimos anos, em parte devido à demanda desse fertilizante para uso na soja, devido ao seu teor de enxofre.
No capítulo 10 desta publicação, são feitas sugestões sobre medidas que podem ser tomadas para ajudar a remediar certos problemas agrícolas e sociais importantes. A transformação da agricultura de subsistência em fazendas familiares lucrativas é necessária para aliviar a pobreza rural. No entanto, uma pesquisa realizada em 1995/1996 revelou que apenas 4,1% dos agricultores da região Nordeste, onde está concentrado o maior número de pequenas propriedades no país, receberam algum tipo de conselho do serviço oficial de extensão rural.

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